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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pelo fim da era de amadorismo na história do ECV

Alô guerreiros!
O Vitória caiu e por merecimento. Não caiu pelo 0 x 0 com o Atlétigo Goianiense e sim quando empatou em casa por 1 x 1 contra o Camaçari pelas semifinais do campeonato Baiano.
Naquele dia, a duras penas, chegamos na final do baiano que foi conquistado quinze dias depois. Mas após aquela partida o presidente do clube, Alex Portela, afirmou categoricamente que precisaríamos melhorar e que contaríamos com 4 jogadores de salários de 100 a 150 mil reais, em posições chaves, para disputar a série A.
Mentira. Não contratou, sabia o que tinha que fazer e não fez. Pelo contrário, trouxe refugos como Kléber Pereira que tinha 7 meses sem jogar e continuou depois mais 7 meses sem jogar.
A história do Vitória sempre foi pautada pelo amadorismo. Nem sempre foi ruim. O amor que muitos abnegados nutriram, nutrem e nutrirão não pode nunca ser desprezado. Mas esse trabalho voluntário serviu apenas para o Vitória se estabelecer regionalmente, angariar torcedores e encrustar seu nome na história do esporte nacional. Foi por conta desses abnegados que hoje o Vitória tem a estrutura que tem, a torcida que tem e a paixão da nação leonina. Mas chega uma era que somente isso não basta e não deve bastar.
Futebol é muito competitivo. Futebol de série A, o futebol nacional, é sim o mais difícil no mundo. Basta perceber que ano passado, tínhamos 3 times na última rodada disputando o caneco e esse ano já foram outros 3 diferentes a disputá-lo.
Na série A não se brinca. Os exemplos de fora do eixo são muitos. Coritiba, Sport, Figueirense e o próprio Vitória são o retrato de que, longe de grandes patrocínios e longe dos holofotes da mídia, não dá para errar. Mesmo times estruturados e com boa divisão de base, o pouco recurso tem que ser muito melhor administrado. Não dá para encarar uma boa contratação, um nome que chegue e resolva, como gasto e sim como investimento.
E dá pra fazer futebol com pouco. Pergunte, por exemplo, ao Atlético Paranaense como. O que não dá é para brincar de jogar e planejar futebol. A era do amadorismo no Vitória tem que ser encerrada hoje, na segunda-feira pós rebaixamento. E o ano de 2011 tem que ser pensado agora. Todos os erros de todos os diretores do Vitória devem sim ser expostos, porque não dá para ficar mais um ano sem o mínimo do mínimo de profissionalismo.
Uma queda nunca é boa. Nunca será. Entretanto, já que caiu, que resolva seu problemas, dê seus pulos e faça um clube profissional.
Quando cobramos profissionalismo do marketing, respeito ao torcedor, transparência na gestão e profissionalismo no futebol é porque sabemos que isso dá resultado. Perguntem, por exemplo, ao Internacional. Futebol não se faz sem dinheiro, mas o dinheiro só chega com planejamento e investimento. E planejamento é algo que parece maldição se dito na Toca. Nunca foi levada a sério. Parece até que nunca se pensou a respeito. Faltou ambição. Falta ambição.
Não dá para achar que com Ramon envergando a 10, no alto dos seus 38 anos, será o bastante para permanecermos na série A e sermos fortes. Não dá para achar que jogadores que se uniram para derrubar técnico em um ano não voltarão a fazer o mesmo no ano seguinte. Porque voltam a fazer igual e ainda pior. Em 2009 mostraram a Portela do que eram capazes. Mostraram suas caras, a falta de caráter. Mas Portela se fez refém e assim continuou, renovando com todo mundo. Acreditou nisso, não teve peito para colocá-los pra fora (independente da qualidade técnica) e pagou pra ver. Pagou caro e viu. Ele é o culpado.
Óbvio que existem outros, mas Ramon não tem culpa de ter seu contrato renovado nem ter seu nome gritado como reizinho por parte da torcida. Adailton e Henrique não têm culpa de serem escalados. Egídio não tem culpa de ser como é nem fazer o que fez. Ricardo Silva não tem culpa de ter ido e voltado… enfim…
Hoje é o dia de caça às bruxas. Mas só caçamos algo quando queremos que algo mude. Ficar nessa inércia que foi 2010 não será mais permitido.
O que precisa mudar no Vitória é simples: a mentalidade. Não adianta eu, você e mais um acharmos que o Vitória pode ser grande, pode ser forte e mais respeitado se quem o administra o trata como pequeno. Sendo assim, fomos relegados ao lugar onde os pequenos merecem estar: a segunda divisão.
A torcida não merecia, óbvio que não. No ano em que mais apoiamos, em que mais nos fizemos presentes, alguém nos apequena por não ter tido a competência necessária nem ter a humildade de nos ouvir. Acredito até que Alex sabe o que era certo ter feito. Mas a verdade é que não fez. Talvez medo, frouxidão, arrogância. Não sei, só sei que Alex fez do Vitória de 2010 o que a torcida e o clube não mereciam, mas o que sua administração merece.
É muito lindo pagar os outros e não dever nada. É muito lindo ter uma política de pés no chão, mas não é nada lindo fincar esses pés no chão e atolá-los de lama.
Hoje me sinto enraivada não somente porque o time caiu. Isso é futebol. Uns sobem, outros descem, o mundo é redondo (ainda bem!), a partida se ganha, se perde e se empata até mesmo quando isso significa uma derrota. Mas minha raiva está destinada a todos que mal trataram o Vitória, pois quando dizemos que ele é clube de primeira é porque os números retratam isso. São 32 participações na série A, logo, nada mais justo que afirmar isso. Voltar nós voltaremos, mas a decepção e a raiva por termos tido todas as condições de fazer com que isso não acontecesse justifica nosso estresse.
Em 2004 e em 2005 a falta de profissionalismo da antiga gestão nos levou ao rebaixamento. Em 2010 a história, de forma diferente, se repete. Bastava ter levado o campeonato somente um pouco mais sério.
E agora o que fazer? Você torcedor leonino vai somente suportar a zoação dos rivais. Isso também é natural, pois foram 7 anos de humilhação para eles e duvido muito que fiquemos tanto tempo assim longe dos melhores. Esse não é nosso destino.
Mas zoação é comum e deve existir. A diferença é o que você fará daqui pra frente. O que você fará para mudar o ECV. Tirá-lo dessa era de amadorismo impregnado dentro do clube e ajudar a transformá-lo numa empresa de boas emoções e grandes conquistas. Tudo de forma profissional e planejada. Comece vendo o que esse grupo está fazendo: http://somosmaisvitoria.com.br/2010/12/amanha-e-o-dia-de-renovar-as-esperancas%E2%80%8F/
Exemplo: não deve existir outro pensamento dentro do clube e dentro da torcida que não seja iniciar a série B para ser campeão. Não deve existir outra forma que aceitemos retornar. Claro que, por ser um esporte, podemos fracassar, mas o pensamento tem que ser de título e de retorno. Não devemos pensar em outra coisa que não seja ser penta do baiano, mesmo que financeiramente agora a obrigação de ganhá-lo seja do bahia. A torcida tem que fazer seu papel. Quinta-feira você que é sócio por pelo menos 18 meses pode ir votar. Você que é leonino e quer reerguer o clube tem que se fazer ouvir por essa ou por qualquer que seja a futura direção.
Minha briga pessoal com o futuro ou com o mesmo presidente já está selada: profissionalizar futebol e marketing. Mesmo que tenhamos tantos abnegados ainda dentro do clube.
Saudações leoninas.
PS – Ontem recebi uma ligação que me disse: o tempo só é ruim para quem não sabe esperar. Refletindo hoje, posso dizer que é a mais pura verdade. Quando caímos pra série C muitos acharam que seria o fim do clube. A torcida foi lá e o ajudou. A derrota na Copa do Brasil e essa queda para série B só fizeram meu amor pelo clube aumentar. E isso porque não sou Vitória pelo substantivo, ou seja, triunfo, sou Vitória porque assim escolhi ser, assim quero continuar sendo, pois vou amá-lo exatamente quando ele menos merecer porque é nessa hora que ele mais precisará de mim.
 

Fonte: Blog do Torcedor ECV

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